terça-feira, 15 de abril de 2008

Momentos, lembranças e expectativas...

Toda relação, do seu início ao seu final, sustenta-se sobre essa tríade. Antes mesmo da relação começar ela já está presente. A expectaiva daquela ligação, o momento do primeiro beijo e as permanentes lembraças que nos acompanham durante a ausência do nosso par ou que adoramos dividir ao lado dele.
Acredito que à medida que o tempo passa, ou dependendo do estágio da relação ou ainda do nosso estado de espírito cada um dos componentes dessa tríade se torna mais evidente. A expectativa que povoa as primeiras vezes, o primeiro beijo, a primeira noite, a primeira visita na casa da família... também está presente nos momentos de crise, quando vivemos a tensão do fim anunciado ou a ansiedade da reconciliação desejada. A expectativa é agora cantada de Norte a Sul do país... tudo o que quer me dar é demais é pecado não há paz, tudo o que quer de mim, irreais, expetativas deleais... julgar a lealdade, validade, necessidade ou tempo dessa expectativa é o mais difícil, e acertar esse julgamento improvável.
Os momentos são a essência, são a razão de ser da expectativa e o que dão corpo às lembranças. Os momentos são os toques, os beijos, as conversas, a brigas, as palavras de amor, o silêncio, as decepções, o companheirismo... dedicamos todos os nossos esforços aos momentos, se aos bons pra que eles aconteçam, se aos ruins pra que eles não existam.
As lembranças são nossa companhia constante, desde o tom de voz do primeiro oi até o olhar distante da hora da partida. Acompanham-nos permanentemente; por hora nos trazendo alegria e euforia por hora apertando nosso coração. As lembraças são o combustível da saudade e muitas vezes fonte da nossa força de suporta-la. Que o diga aqueles que namoram à distância e que sustentam a lealdade graças às lembranças dos dias felizes. São das lebranças também que tiramos força para não voltar atrás nas relações que não nos fizeram felizes.
Em muitos momentos de crise é travada uma disputa interna nessa triologia do afeto, boas lembranças se aliam a expectativa de mudança em prol da reconciliação, no outro córner, as más recordações se aliam a angustia da desgraça anunciada e dão força ao término. É quando os momentos entram como fiel da balança, afinal contra eles quaisquer argumentos são frágeis, quaisquer expectativas se frustram ou se confirmam e qualquer lembraça pode ser destruída ou enaltecida.
E assim seguimos entre lembranças, momentos e expectativas; vivendo reféns de nossa passionalidade ou de nossa razão. Tendo lembranças, vivendo momentos e criando expectativas.

4 comentários:

Gina Emanuela disse...

Sensível análise. E, em especial, bem propícia pro meu momento. Foi bom ler.

Dwen disse...

Lindo.
Bem escrito, com brilhantismo.
Sem os exageros pertinentes ao tema, rs.
E principalmente cheio de sentimentos!

Love to read ;D

Maria Jurema disse...

Encantada com o post... De início, tentei entender a real situação, mas quem escreve nem sempre expõe a intenção do texto. Porém, mais uma vez, a reflexão interna foi aflorada com suas palavras seguras e um sentimentalismo diferente/alternativo. ;D

Unknown disse...

Não gostei.
Não gostar faz parte.
Pq? pq também faz parte.Muito surreal,parece-me um pedido de desculpa a pessoa amada..piegas, sem conteúdo.
Reféns? Somos apenas, e unicamente, das nossas emoções.
E atitudes,para quem as toma,claro.
N