quarta-feira, 19 de novembro de 2008
3.0 sobrando na curva
Ontem, eu liguei pra uma amiga e disse: “Parabéns, Balzaquiana!!! Agora mais poderosa que antes, 3.0 turbinada, muitas felicidades!!!” Mal eu desliguei o telefone, meu cunhado recém-ingresso na adolescência chega pra mim, me pede uma grana e me diz pra ir buscá-lo às 23h30 numa pizzaria aqui perto. Pronto!!! A ficha caiu, porque essa minha amiga estudou comigo a vida inteira na escola, e há até bem pouco tempo, era eu quem pedia uma grana ao meu pai, normalmente junto com a chave do carro dele.
Não posso dizer que entrei em crise, porque isso não combina comigo, mas comecei a pensar em como a vida e seus referenciais mudaram depressa pra mim. Hoje, meu rol de amigos é bem mais eclético, almoçar com os coroas do trabalho, levar primos e cunhados no shopping, jantar com a namorada e suas colegas de faculdade e depois dar uma esticada com meus amigos trintões. Nesse momento, os referenciais mudam, o corpo muda um pouco também.
Penso nas mulheres da minha idade: casar, ter filhos ou sair pra fazer mais uma pós-graduação? Porque infelizmente a natureza não se modifica com as mudanças dos costumes, e o chamado biológico hoje chega num momento em que a mulher normalmente se encontra no auge da sua capacidade criativa e produtiva.
E agora? Morar sozinho ou continuar na casa dos pais? Comprar um carro novo ou viajar pelo país? As decisões se tornam mais complexas, e as suas conseqüências também. Como ficar por ficar, sem querer ir pra cama e acordar abraçado? Como namorar sem virar namorido? Deixar roupas na casa dele, dar uma cópia da chave pra ela? Será que vale a pena juntar as escovas de dente sem vestir o véu e a grinalda?
A gente sempre tem a sensação de que já é o momento pra algumas coisas e ainda não o é pra outras. Parece com a adolescência, só que com carro na garagem e contas pra pagar. A exceção de algumas precocidades nessa época se decide o como vai ser sua velhice, e com quem será sua velhice.
Em meio a tantas reflexões, olhei pra baixo: a barriguinha de cerveja é mais um motivo de orgulho que o contrário, já não sou tão veloz no futebol, mas aprendi a correr menos e encurtar distâncias. A partir daqui, sinto que isso se tornará uma constante: delegar funções e chegar mais rápido onde quero sem desperdiçar energia.
A idade chega e os interesses mudam. Enologia, literatura, cinema, artes e eventos culturais, vão aos poucos ocupando o lugar das micaretas, raves, forrós, boates e afins. Não que o gosto pela farra tenha sumido, mas é inegável que a rotação vai diminuindo, e a gente começa a não se contentar em beber mal e comer mal.
Ainda não é hora da pílula azul, nem de falar com minhas contemporâneas sobre qual a melhor reposição hormonal que elas dever fazer, mas a luz amarela ascendeu. Afinal, parece que foi ontem que aprendi a dirigir. Parece que foi ontem que aquela amiga balzaquiana lá do começo me confidenciou que estava usando absorvente pela primeira vez.
Eu poderia tecer mais algumas linhas sobre o assunto, mas infelizmente preciso ir buscar meu cunhado na festa de quinze anos de uma amiga de sala.
Não posso dizer que entrei em crise, porque isso não combina comigo, mas comecei a pensar em como a vida e seus referenciais mudaram depressa pra mim. Hoje, meu rol de amigos é bem mais eclético, almoçar com os coroas do trabalho, levar primos e cunhados no shopping, jantar com a namorada e suas colegas de faculdade e depois dar uma esticada com meus amigos trintões. Nesse momento, os referenciais mudam, o corpo muda um pouco também.
Penso nas mulheres da minha idade: casar, ter filhos ou sair pra fazer mais uma pós-graduação? Porque infelizmente a natureza não se modifica com as mudanças dos costumes, e o chamado biológico hoje chega num momento em que a mulher normalmente se encontra no auge da sua capacidade criativa e produtiva.
E agora? Morar sozinho ou continuar na casa dos pais? Comprar um carro novo ou viajar pelo país? As decisões se tornam mais complexas, e as suas conseqüências também. Como ficar por ficar, sem querer ir pra cama e acordar abraçado? Como namorar sem virar namorido? Deixar roupas na casa dele, dar uma cópia da chave pra ela? Será que vale a pena juntar as escovas de dente sem vestir o véu e a grinalda?
A gente sempre tem a sensação de que já é o momento pra algumas coisas e ainda não o é pra outras. Parece com a adolescência, só que com carro na garagem e contas pra pagar. A exceção de algumas precocidades nessa época se decide o como vai ser sua velhice, e com quem será sua velhice.
Em meio a tantas reflexões, olhei pra baixo: a barriguinha de cerveja é mais um motivo de orgulho que o contrário, já não sou tão veloz no futebol, mas aprendi a correr menos e encurtar distâncias. A partir daqui, sinto que isso se tornará uma constante: delegar funções e chegar mais rápido onde quero sem desperdiçar energia.
A idade chega e os interesses mudam. Enologia, literatura, cinema, artes e eventos culturais, vão aos poucos ocupando o lugar das micaretas, raves, forrós, boates e afins. Não que o gosto pela farra tenha sumido, mas é inegável que a rotação vai diminuindo, e a gente começa a não se contentar em beber mal e comer mal.
Ainda não é hora da pílula azul, nem de falar com minhas contemporâneas sobre qual a melhor reposição hormonal que elas dever fazer, mas a luz amarela ascendeu. Afinal, parece que foi ontem que aprendi a dirigir. Parece que foi ontem que aquela amiga balzaquiana lá do começo me confidenciou que estava usando absorvente pela primeira vez.
Eu poderia tecer mais algumas linhas sobre o assunto, mas infelizmente preciso ir buscar meu cunhado na festa de quinze anos de uma amiga de sala.
Amizade entre homens e mulheres existe, mas...
Aprendi com meu pai que devemos ter cuidado ao usar a palavra “mas” e propositadamente a utilizei nesse no título deste post. Eu acredito que pode sim existir amizade entre um homem e uma mulher. Pode, mas é rara!
Não vou tapar o sol com a peneira, amizade entre homens e mulheres só é possível na real se a atração for zero, seja ela de qualquer espécie, física, intelectual, espiritual...
A razão número um é que o cara vai sempre ver a menina como uma possibilidade, seja feia ou bonita, mulheres sempre são presas em potencial para os homens.
Tudo pode correr bem por um longo tempo até o dia em que você olha de um jeito diferente, ou um decote mostra mais do que devia, ou o cara te abraça de um jeito que te faz sair do chão... aí já era a amizade desinteressada e fraternal.
Controlar a curiosidade e o desejo passa a ser o maior desafio da amizade entre sexos diferentes, muitas vezes isso é unilateral, mas sendo ou não das duas partes a amizade muda, a necessidade de estar perto e a sós com o outro ou outra aumenta. A produção pra uma conversa no pátio da faculdade ou na sala do cafezinho é outra, os e-mails encaminhados tem outra conotação... a amizade persiste firme e linda, só que agora ganhou cor...
Essa cor se manifesta na escolha dos filmes, nada de filmes de aventura, o bom mesmo é uma comédia romântica água com açúcar ou um filme de suspense pra ficar de mãos dadas. Os telefonemas são mais longos e as mensagens sempre terminam com frases tipo: adoro você, ou você é muito importante pra mim.
E se a ocasião faz o ladrão, a amizade colorida forma um chefe do PCC, a confiança é maior, a liberdade é maior, a intimidade é maior...quem de vocês mulheres nunca pensaram em beijar aquele amigo de fé ou ainda não perceberam que no olhar daquele colega de anos tinha um desejo contido pelo respeito e pelo medo de “estragar” a amizade?
E outra, quantas vezes você não disse pra um garoto: “não dá certo, a gente é só amigo”?
Pois é sou da teoria de que ninguém beija inimigo, se é assim beijem e sigam em frente porque se um amigo é bom um amigo que beija bem é melhor ainda! E não há no mundo quem não sinta carência afetiva, melhor se essa carecia puder ser sanada/compartilhada com alguém que conhece bem você e com alguém pra quem não vai precisar fazer tipo no day after.
Não vou tapar o sol com a peneira, amizade entre homens e mulheres só é possível na real se a atração for zero, seja ela de qualquer espécie, física, intelectual, espiritual...
A razão número um é que o cara vai sempre ver a menina como uma possibilidade, seja feia ou bonita, mulheres sempre são presas em potencial para os homens.
Tudo pode correr bem por um longo tempo até o dia em que você olha de um jeito diferente, ou um decote mostra mais do que devia, ou o cara te abraça de um jeito que te faz sair do chão... aí já era a amizade desinteressada e fraternal.
Controlar a curiosidade e o desejo passa a ser o maior desafio da amizade entre sexos diferentes, muitas vezes isso é unilateral, mas sendo ou não das duas partes a amizade muda, a necessidade de estar perto e a sós com o outro ou outra aumenta. A produção pra uma conversa no pátio da faculdade ou na sala do cafezinho é outra, os e-mails encaminhados tem outra conotação... a amizade persiste firme e linda, só que agora ganhou cor...
Essa cor se manifesta na escolha dos filmes, nada de filmes de aventura, o bom mesmo é uma comédia romântica água com açúcar ou um filme de suspense pra ficar de mãos dadas. Os telefonemas são mais longos e as mensagens sempre terminam com frases tipo: adoro você, ou você é muito importante pra mim.
E se a ocasião faz o ladrão, a amizade colorida forma um chefe do PCC, a confiança é maior, a liberdade é maior, a intimidade é maior...quem de vocês mulheres nunca pensaram em beijar aquele amigo de fé ou ainda não perceberam que no olhar daquele colega de anos tinha um desejo contido pelo respeito e pelo medo de “estragar” a amizade?
E outra, quantas vezes você não disse pra um garoto: “não dá certo, a gente é só amigo”?
Pois é sou da teoria de que ninguém beija inimigo, se é assim beijem e sigam em frente porque se um amigo é bom um amigo que beija bem é melhor ainda! E não há no mundo quem não sinta carência afetiva, melhor se essa carecia puder ser sanada/compartilhada com alguém que conhece bem você e com alguém pra quem não vai precisar fazer tipo no day after.
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